Doença viral é transmitida pelo mosquito maruim; sintomas se assemelham aos da dengue e chikungunya
A Prefeitura de Ubatuba confirmou, nesta quarta-feira (14), o primeiro caso de febre Oropouche no município. O paciente é morador da região norte da cidade, em uma área próxima a mata nativa, onde há alta incidência do mosquito Culicoides paraensis, popularmente conhecido como maruim ou mosquito-pólvora — principal vetor da doença. O estado de saúde do paciente não foi divulgado.
Segundo o Ministério da Saúde, o Vale do Paraíba e a região bragantina já somam seis casos da infecção neste ano.
Sintomas e evolução
A febre Oropouche é uma arbovirose causada por vírus e, até pouco tempo, era registrada apenas na Região Norte do Brasil. Nos últimos anos, no entanto, houve expansão para outras regiões, incluindo o estado de São Paulo.
Os sintomas mais comuns são febre alta, dor de cabeça, náuseas, tontura, dores musculares, vômitos, diarreia e fotofobia (sensibilidade à luz). Eles costumam durar poucos dias, mas em alguns casos podem retornar após um intervalo de uma a duas semanas.
— Como os sintomas se confundem com outras doenças transmitidas por mosquitos, é essencial que qualquer pessoa com suspeita procure imediatamente a Unidade de Saúde mais próxima — alertou a coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Ubatuba, Alyne Ambrogi.
Transmissão e ciclos do vírus
De acordo com o Ministério da Saúde, o vírus Oropouche possui dois ciclos de transmissão:
Ciclo silvestre: envolve animais como macacos e bichos-preguiça, e insetos como Coquillettidia venezuelensis e Aedes serratus. No entanto, o Culicoides paraensis é considerado o principal transmissor nessa etapa.
Ciclo urbano: ocorre entre humanos, tendo o maruim como principal vetor. O mosquito Culex quinquefasciatus (muriçoca ou pernilongo comum) também pode atuar ocasionalmente como transmissor.
Não há tratamento específico
A febre Oropouche é de notificação compulsória e exige confirmação clínica, epidemiológica e laboratorial. Embora, na maioria dos casos, a evolução seja benigna, há registros raros de complicações como meningite e encefalite.
Como outras arboviroses, não há tratamento específico. O Ministério da Saúde recomenda repouso, hidratação e acompanhamento médico para controle dos sintomas.
Prevenção segue as mesmas orientações contra a dengue.
A principal forma de prevenção é o controle dos vetores e a proteção contra picadas. Entre as medidas indicadas estão:
Fonte:Redação